Entre os negros e negras de ganho havia uma certa hierarquia a ser respeitada de acordo com o ganho e a etnia Malé, Ijexá, Cabinda, Nagô, Bantu… As mulheres escravas e forras que se dedicavam ao comércio muitas vezes eram consideradas inadequadas e imorais por se defenderem publicamente de agressões à elas causadas por fiscais da Coroa Portuguesa. Elas procuravam defender seus filhos e mercadorias do abuso português. Vamos falar um pouco destas guerreiras, Aqualtune, Dandara, Eva Maria do Bonsucesso, Teresa de Benguela, Luísa Mahin e outras.
2) Dandara viveu no séc XVII, mulher negra, guerreira do quilombo de Palmares, que no seu alge abrigou contando-se todos os mocambos pertencentes a Palmares 50 mil pessoas, mulher de Zumbi e mãe de seus três filhos. Auxiliou Zumbi com táticas e estratégias de guerra. Ela lutou em Palmares, onde haviam várias mulheres que jogavam Capoeira no séc XVII.
3) Teresa de Benguela séc XVIII Mulher de José Piolho, que chefiava o Quilombo do Piolho ou Quariterê, em Guaporé, Mato Grosso. Quando seu marido,José Piolho, morreu Teresa de Benguela assumiu o comando. Revela-se uma líder ainda mais implacável e obstinada. Valente e guerreira ela comandou uma comunidade de três mil pessoas, o quilombo cresceu tanto ao seu comando que agregou índios bolivianos e brasileiros, isto incomodou muito a Coroa, pois isto influenciaria a luta dos bolivianos e americanos(ingleses e espanhóis) para a passagem de mercadorias e internacionalização da Amazônia. A Coroa age rápido e envia uma bandeira de alto poder de fogo para acabar com os quilombolas. Presa Teresa suicidou-se. Em 1994 vira samba enredo da Unidos deo Viradouro por obra de Joãzinho Trinta, Teresa de Benguela – Uma Raínha Negra no Pantanal.
4) Eva Maria ou Eva do Bonsucesso séc XIX Em 1811, a negra alforriada armou seu tabuleiro de couves e bananas na calçada, no Bonsucesso, RJ. De repente, uma cabra tangida por um escravo pegou um maço de couve e uma penca de bananas. Eva corre atrás da cabra com uma vara, tentando recuperar suas mercadorias. Chega o senhor branco, José Inácio de Sousa, dono do escravo e da cabra que fica indignado com a cena e esbofeteou Eva, que não teve dúvidas em revidar a agressão. O caso foi parar na justiça e abriu um precedente, quem foi condenado a alguns meses de cadeia foi o branco, pois os que assistiram a cena depuseram a favor de Eva do Bonsucesso.
5) Luísa Mahin séc XIX Escrava liberta em 1812, pertencia à nação nagô-jejê, da Tribo de Mahi, religião Muçulmana, africanos conhecidos como Malês. Todas as revoltas e levantes escravos que abalaram a Bahia nas primeiras décadas do século XIX foram articulados por ela, em sua casa, que tornou-se quartel - general destes levantes. Luísa era quituteira e passava mensagens escritas em árabe para outros rebeldes, através de meninos que fingiam comprar produtos em seu tabuleiro de vendas e levarem os bilhetes aos outros articuladores. Foi uma das articuladoras da Revolta dos Malês em 1835. Ficou conhecida pela valentia e insubmissão. Foi articuladora também da Sabinada em 1837/38. Descoberta é perseguida e consegue fugir para o Rio de Janeiro onde foi encontrada, presa e degredada para a África, Angola. No entanto, nenhum documento foi encontrado lá em Angola, comprovando seu degredo. Acredita-se que ela tenha fugido e instalado-se no Maranhão, onde depois o tambor de crioula foi desenvolvido e parece que houve sua ajuda para tal. Deixa um filho aqui no Brasil, fruto da união com um português, que mais tarde vende o próprio filho com 10 anos para pagar uma dívida de jogo. recusado em uma fazenda em Campinas por ser baiano e os baianos tinham fama de rebeldes ele é arrematado por uma fazenda em Lorena, interior paulista. Este menino cresce e sete anos mais tarde é alfabetizado por um hóspede da fazenda, aprende a ler e escrever, com os documentos que provam sua alforria foge para um quilombo perto de Lorena e torna-se poeta abolicionista, jornalista importante para o Brasil, autodidata cursa Direito conseguindo através da maçonaria autorização para advogar consegue libertar 500 escravos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário